Após morte de bebês CRM faz interdição ética de médicos e MPPB deve encaminhar o caso para investigação
De acordo com o Conselho Regional de Medicina, um possível surto de infecção bacteriana de alta resistência matou três bebês em apenas 24 horas, no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea).
Após a fiscalização do Conselho Regional de Medicina (CRM), nessa terça-feira (17), ao Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, no Agreste paraibano, foi feita a interdição ética da unidade de terapia intensiva neonatal. De acordo com o CRM, a medida foi tomada devido a um surto de infecção bacteriana de alta resistência, que teria ocasionado a morte de três bebês em apenas 24 horas.
Ainda de acordo com as informações do Conselho, foi denunciado por médicos do hospital e comprovado pela equipe de fiscalização do CRM-PB que o Isea sofre com superlotação constante, sucateamento e falta de equipamentos para desinfecção, além da falta de profissionais.
O Ministério Público da Paraíba está acompanhando as providências tomadas para a solução dos problemas que desencadearam a interdição ética. A promotora de Justiça, Adriana Amorim, que atua na defesa da saúde em Campina Grande, ouviu a direção da maternidade, a coordenação da UTI e também está verificando as medidas tomadas pelo CRM. Além disso, a promotora deve encaminhar o caso para que seja investigada a eventual responsabilidade criminal.
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“Depois da fiscalização do CRM, comparecemos ao Isea para verificar as providências adotadas para o resguardo da saúde dos pacientes atualmente internados e os que eventualmente poderiam precisar do serviço, tendo em vista que trata-se de maternidade de referência para gestantes de alto risco. Segundo o CRM a interdição ética é a medida necessária para o resguardo da situação. Desta forma, com a interdição, novas internações não poderão ocorrer. O estabelecimento deve adotar todas as medidas para o tratamento dos pacientes que permaneceram internados, com a desinfecção do ambiente, e demais providências para a desinterdição”, explicou a promotoria.
Ainda de acordo com Adriana Amorim, a Secretaria Municipal de Saúde garantiu a retaguarda do atendimento, por meio das maternidades que atendem pelo SUS na cidade – a Clipsi, o Hospital da FAP e o Hospital Universitário (HUAC). A promotora também certificou-se que as medidas adotadas pela unidade de saúde estão sendo acompanhadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da maternidade e por um infectologista do Município.
Em nota, a secretária de saúde de Campina Grande disse que adotou todas as providências necessárias em relação à suspeita de infecção por uma bactéria de alta resistência na UTI Neonatal do Isea. E que uma desinfecção foi realizada com o acompanhamento de um infectologista.
Na sexta-feira (20), uma nova reunião deve ser realizada pela MPPB para verificar as medidas adotadas.
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