Jurista explica diferença entre abuso de poder e de autoridade após juiz expulsar advogado de audiência
As explicações são do advogado e presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal na Paraíba (Anacrim-PB), Romulo Palitot. O caso que repercutiu nacionalmente aconteceu em uma audiência da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande-MS
O caso do advogado Willer Almeida que foi retirado à força de uma audiência pelo juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, após servir um copo de água a uma testemunha, gerou grande repercussão em todo o Brasil e levantou a questão sobre qual a diferença entre abuso de poder e abuso de autoridade.
Para tirar todas as dúvidas com relação ao que diferencia um do outro, o advogado e presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal na Paraíba (Anacrim-PB), Romulo Palitot explica as especificidades de cada um.
Em primeiro lugar, segundo o jurista, é preciso entender que um configura crime e o outro não.
“O abuso de poder é o exercício ilegal de prerrogativas públicas. De forma mais específica seria o excesso de poder, ou seja, se caracteriza quando o agente atua sem competência, e o desvio de poder ou desvio de finalidade, o que quer dizer que o agente atua dentro dos limites da competência, mas com finalidade diversa”, pontuou Romulo.
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Quanto ao abuso de autoridade, Romulo Palitot deixa claro que ele está tipificado como crime, de acordo com a Lei 13.869/19. Esta nova lei está vigente desde 3 de janeiro de 2020.
“O abuso de autoridade são condutas mais amplas de abuso de poder”, esclareceu.
Quem pode cometer abuso de autoridade?
De acordo com o advogado Romulo Palitot, os crimes previstos na nova lei de abuso de autoridade são classificados como próprios, ou seja, só podem ser praticados por agentes públicos. Sendo plenamente possíveis a coautoria e a participação de particulares caso esses concorram de qualquer modo para o crime.
O jurista lamentou o caso do juiz que expulsou o advogado da audiência. “É mais uma evidente demonstração de prepotência e rompante de autoritarismo, em que alguns se julgam superiores, autoridades ou até mesmo divindades. Infelizmente não é um caso isolado! Pelo contrário, é recorrente”, disse.
Romulo acrescentou, ainda, que comportamentos não podem continuar ficando impunes. “Ora, não cabe mais: obedece quem tem juízo. Obedecer a quem? Obedecer a quem não reconhece as prerrogativas ou a quem comete criminosamente abuso de autoridade?”, finalizou.
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