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“Tenho certeza que ela está viva”, diz mãe que procura por filha gêmea

Carla Patrícia preparou o enxoval para as duas filhas, mas foi informada no hospital, há 23 anos, que só havia dado à luz uma bebê

Por METRÓPOLES

22/09/2019 às 06h31

Carla Patrícia preparou o enxoval para as duas filhas

Depois de 23 anos, a gestora de negócios Carla Patrícia Furtado, 48, mantém viva a esperança de rever a filha que acredita ter sido tirada dela logo após o parto, em fevereiro de 1996. Ao longo de toda a gestação, os exames anunciavam a vinda de dois bebês. Na data do parto, porém, após acordar de uma cesariana, a mãe recebeu apenas uma criança e a notícia de que os diagnósticos que apontavam a existência de gêmeas estava errado e haveria apenas uma criança em seu útero. Em casa, todos estavam preparados para receber Jéssica e Natália, mas a mulher retornou apenas com uma das meninas nos braços.

O Hospital das Forças Armadas (HFA), local onde Patrícia deu à luz, sustenta que foram abertos uma sindicância e um Inquérito Policial Militar nos quais foram ouvidos todos os integrantes da equipe médica. À época, eles atestaram o nascimento de apenas uma menina.

A mãe espera que, com a repercussão do caso, a filha que teria sido levada se reconheça na imagem da irmã gêmea e as procure. “Estou concentrando, em primeiro lugar, em Deus, porque ele me sustentou até aqui, vivendo essa novela por 23 anos. A única coisa que me resta são as redes sociais”. A gestora não acredita que o hospital ajude a encontrar a filha que ela crê estar desaparecida.

“Eles podem falar o que quiserem. Eu tenho certeza que ela está viva. Fui em quem carregou as duas e sentiu cada mexida. Tive três gestações antes das gêmeas, que foram bem diferentes”, diz Patrícia.

Investigação
A 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) apura a denúncia do suposto desaparecimento de uma recém-nascida, em 1996, do Hospital das Forças Armadas (HFA). O caso voltou à tona esta semana, em função da notícia de que uma mulher que estaria grávida de gêmeos, em Goiás, teria recebido apenas uma das crianças após o parto. Depois de tomar conhecimento do fato, Carla Patrícia decidiu procurar novamente a polícia de Brasília. De acordo com a moradora da capital da República, uma das filhas gêmeas foi tirada dela logo após o parto. Desde então, ela nunca parou de procurar a menina.

“Dei entrada no hospital em 16 de fevereiro de 1996 para o parto das gêmeas Jéssica (com a mãe na foto em destaque) e Natália. No dia, recebi a anestesia e, quando acordei, me deram só uma bebê. Perguntei sobre a outra e me disseram que foi um erro de diagnóstico, que era só uma filha mesmo. Todos os meus exames mostraram que eram gêmeas. No pré-natal, ouviam o coração das duas crianças sempre”, relatou Patrícia ao Metrópoles. Enfatizou, inclusive, que todas as ecografias foram entregues à equipe médica que fez a cesariana, mas tais documentos teriam desaparecido do HFA.

Na época, a gestora chegou a registrar ocorrência na própria delegacia, mas o caso teria sido arquivado. Agora, os investigadores irão pedir à Justiça Militar o envio do processo para checar se há crimes comuns que fogem à esfera militar para ser investigado. “Vamos aguardar esse processo para saber se há o que investigar ou se o processo já foi finalizado pela Justiça Militar”, explicou a delegada-chefe da 3ª DP, Cláudia Alcântara.

Patrícia recebeu uma informação anônima de que sua outra filha, que se chamaria Natália, estaria no Rio de Janeiro e teria sido dada a um general que teve uma filha natimorta. Ela chegou a ir à capital fluminense e só descobriu que a informação era falsa quando chegou lá e procurou o denunciante para intermediar o contato para que pudesse fazer o DNA.

Metrópoles

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