Saiba os motivos dos preços recordes da carne bovina no Brasil
No interior de São Paulo, valor do quilo da picanha subiu quase R$ 10, motivado pelas exportações aquecidas para o país asiático
O preço do boi gordo está batendo todos os recordes no Brasil. E o Globo Rural visitou frigoríficos, fazendas, leilões e açougues para entender o motivo de altas tão expressivas.
Em São José do Rio Preto, no noroeste paulista, consumidores se assustaram com o preço do quilo da carne bovina. No açougue do comerciante Celso Barbosa, em 10 dias, a picanha passou de R$ 34 o quilo para quase R$ 43, e o acém de R$ 14 para R$ 20.
“Ontem eu paguei a carne num preço, hoje já paguei outro preço, amanhã já vem outro preço”, diz Barbosa, mostrando a instabilidade dos valores da carne.
Em um frigorífico próximo dali, no município de Estrela D´Oeste, para entender porque o preço da carne subiu.
Por lá, são abatidas 1.600 cabeças de gado por dia, o frigorífico produz uma média de 5 toneladas de carne bovina por mês. Metade é exportada pra china, que paga até 15% a mais no quilo do que o mercado interno.
Festas de fim de ano
A empresa explica que a procura da China pela proteína brasileira cresceu por alguns motivos, um deles é que os embarques precisam ocorrer agora para dar tempo dos asiáticos terem carne para comemorar o ano novo chinês, que será no dia 25 de janeiro.
Além disso, a China importou mais carne de boi brasileira para compensar a queda na produção de alimentos causada pela peste suína africana, que matou milhares de rebanhos do país e diminuiu drasticamente a produção da proteína animal mais consumida por eles.
A exportação de carne bovina bateu um recorde em outubro: 185 mil toneladas. No acumulado do ano, a venda de carne para o exterior cresceu 10% em volume e 7,5% em faturamento.
E toda essa demanda de carne levou essa semana a arroba do boi gordo a bater recorde histórico, passando dos R$ 200.
Reposição mais cara
E o aumento do preço da arroba do boi gordo mexe com toda a cadeia da pecuária de corte, faz aumentar, por exemplo, a demanda por animais de reposição, sobe o preço de garrotes e novilhas nos leilões.
Em Ubarana, também no interior paulista, o empresário José Herrera, dono de um leilão de gado, conta que vendia toda semana cerca de 1200 cabeças, mas agora não está conseguindo nem a metade desse rebanho para vender.
“A gente só escuta produtor querendo comprar, mas cadê, não tem hoje no mercado. Na verdade a reposição ficou difícil”, explica Herrera.
Segundo ele, um garrote está custando entre R$ 1.600 e R$ 1.800. No mês passado, o mesmo animal estava em torno de R$ 1.300.
G1
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