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VÍDEO: Juíza discute com advogados de Jairinho durante julgamento: “Me sinto afrontada com todos em pé”

O médico e ex-vereador carioca é réu no caso da morte do seu enteado de 4 anos Henry Borel

Por Jocivan Pinheiro

13/06/2022 às 16h59 • atualizado em 13/06/2022 às 17h10

Durante o julgamento do médico e ex-vereador carioca Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, que é réu no caso da morte do seu enteado de 4 anos Henry Borel, houve discussão entre a juíza Elizabeth Louro, do II Tribunal do Júri, e a defesa do médico, nesta segunda-feira (13).

A magistrada se incomodou com os advogados e advogadas de defesa estarem todos em pé, e disse que autorizou que ficasse em pé somente quem fosse usar a palavra. A juíza alegou que os advogados pretendiam afrontá-la. “Eu me sinto afrontada com todos os advogados em pé em cima de mim, e não vou permitir”, disse ela.

O clima entre a defesa de Jairinho, a promotoria e a juíza já não vinha bem. Por volta das 11h20, uma promotora fez um apontamento acerca de uma matéria que insinuava que a magistrada era “louca”. O texto teria sido repostado pelos advogados, e isso fez com que a defesa do médico ficasse em pé no plenário, o que incomodou a juíza.

A juíza também teria sido chamada de “Rainha de Copas” durante discurso de um procurador de prerrogativas da OAB Federal em evento da OAB no Rio. Nessa ocasião, também foi insinuado que Elizabeth era “impaciente e surtada”.

“Essa infeliz expressão não me atingiu. Nós, mulheres, estamos acostumadas com a misoginia, mas eu achei tão pobre, que não darei sequência”, disse a juíza.


O caso

Jairinho e a professora Monique Medeiros são réus pela morte de Henry Borel (filho dela e enteado dele), no dia 8 de março de 2021. Segundo laudo complementar de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), a criança morreu em decorrência de hemorragia interna por laceração hepática, causada por ação contundente.

Jairinho e Monique foram interrogados pela primeira vez no dia 9 de fevereiro, mas o ex-vereador optou por permanecer em silêncio na ocasião. A professora, no entanto, depôs por onze horas.

Antes, o casal alegava acidente doméstico como causa da morte de Henry – versão confrontada com o laudo pericial que apontou 23 lesões no corpo da criança e hemorragia interna.

O vereador cassado está preso há mais de um ano, e Monique permanece em regime domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica desde o dia 4 de abril.

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