VÍDEO: Problemas de saneamento básico nas cidades atestam incompetência do poder público, diz engenheiro
Fernando Figueiredo classifica o saneamento básico como um dos maiores problemas do Brasil e que, segundo ele, tem relação direta com a falta de políticas públicas, mas também com a ausência da população nas discussões e cobranças
Na estreia do quadro “Diário de Obras” dentro do programa Olho Vivo, o engenheiro Fernando Figueiredo fala de um tema que chamou a atenção, na semana passada, para os problemas de infraestrutura das cidades brasileiras. De acordo com um novo recorte do Censo Demográfico 2022 do IBGE, a proporção de domicílios com acesso à rede de coleta de esgoto no Brasil cresceu em relação a 2010. Mas ainda há uma grande deficiência nessa cobertura.
Dados revelam que as duas soluções de esgotamento sanitário mais comuns no Brasil eram por “Rede geral ou pluvial” (58,3%) e “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” (13,2%). Esse subtema da infraestrutura faz parte do saneamento básico das cidades.
“Eu costumo dizer que você encontra vários países desenvolvidos que têm problema de segurança, tem problema de saúde, de educação, mas você nunca vai encontrar um país desenvolvido que passe por problema de saneamento básico. Ou seja, que a imensa maioria da sua população não tem acessoa a rede de esgoto, a energia elétrica, a sistema de drenagem, a rede de água, porque isso é o básico, é o essencial que as pessoas precisam para ter o mínimo de dignidade”, afirma Fernando.
LEIA TAMBÉM:
O engenheiro classifica o saneamento básico como um dos maiores problemas do Brasil e que, segundo ele, tem relação direta com a falta de políticas públicas, mas também com a ausência da população nas discussões e cobranças.
Na Paraíba, mais da metade dos domicílios não está conectada à rede de esgoto. Além disso, 102 cidades paraibanas têm mais da metade da sua população sem esgotamento sanitário. Nas três maiores cidades do Sertão do estado, Cajazeiras é a que tem a menor cobertura de rede de esgoto, com 53.67% dos domicílios. Patos aparece com 82.61% e Sousa com 76.42%.
“Se você faz um levantamento de só quem tem acesso à rede pública de esgoto com tratamento, aí a situação fica caótica; é onde a gente vê que o Brasil realmente tem um problema gigantesco de saneamento básico, porque esses números iriam lá pra baixo”, acrescenta Fernando.
O engenheiro orienta a população a ter mais conhecimento da situação da rede de esgoto e tratamento de água da sua cidade. “Você sabe aonde é a lagoa de estabilização de tratamento da sua cidade? Ela tem capacidade para suprir, pelo menos, uma demanda local? Na maioria das cidades, não tem. Esse tema é muito negligenciado e é terrível.”
Fernando não tem dúvida de que a situação do saneamento básico no Brasil atesta a incompetência ou o desinteresse do poder público para resolver ou amenizar esse gargalo.
“Se a maioria das ruas tivesse rede pública de esgoto fazendo a coleta pública e direcionando a uma lagoa de estabilização, está perfeito. As casas que não tivessem rede pública, fariam fossa e sumidoro. O problema é que está acontecendo o contrário, e o contrário disso é uma abominação em termos técnicos de engenharia, porque a maioria das cidades tem fossa e sumidoro, e a pequena minoria tem sistema público”, enfatiza o especialista.
PORTAL DIÁRIO
Leia mais notícias no www.portaldiario.com.br, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário