VÍDEO: Ex-secretário acusado de desviar dinheiro alega que era ameaçado por milicianos, relata advogado
O ex-prefeito de São José da Lagoa Tapada, Coloral, registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil denunciando desvios de dinheiro público das contas da prefeitura. O ex-secretário de Finanças teria confessado o crime e alegado que estava sendo extorquido por milicianos
Na segunda-feira (20), o ex-prefeito de São José da Lagoa da Tapada, Claudio Antonio Marques de Sousa, conhecido como Coloral, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil denunciando desvios de dinheiro público das contas da prefeitura. O principal suspeito é o ex-secretário de Finanças, Julierme Lino de Sousa, que teria confessado o crime em depoimento na mesma delegacia, no mesmo dia, segundo informou o advogado de Coloral, Lincon Abrantes, no programa Cidade Notícia, da Rádio Líder FM.
Lincon Abrantes detalhou tudo que foi registrado no B.O. e o que foi dito nos depoimentos do ex-prefeito e do ex-secretáro. Segundo o advogado, Julierme alegou ter desviado verba pública porque estava sendo extorquido por milicianos que ameaçavam sua família de morte. Além dos saques, ele teria sido forçado a falsificar dados de extratos bancários, tudo isso sob extorção.
Segundo Lincon Abrantes, Julierme relatou em depoimento que o dinheiro vivo era entregue aos milicianos em um motel de Cajazeiras, e houve também um encontro na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O ex-secretário também contou que era monitorado por um celular que os milicianos entregaram e ele e o obrigaram a usar, sob ameaça de matar seus familiares.
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Os desvios, que teriam começado em abril de 2024, só vieram à tona quando o ex-prefeito Coloral solicitou à atual gestão municipal os extratos referentes a novembro e dezembro para que ele concluísse uma prestação de contas. Nas contas da prefeitura havia R$ 4.917,73 (quatro mil, novecentos e dezessete reais e setenta e três centavos), quando deveria ter R$ 1.370.000,00 (um milhão, trezentos e setenta mil reais), conforme os cálculos da gestão anterior.
De acordo com a denúncia, o dinheiro era desviado do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) para uma conta pessoal de Julierme e também para a conta de uma empresa em nome da mãe dele. Em seguida, era sacado para ser entregue aos supostos milicianos.
Ainda segundo o depoimento de Julierme, relatado pelo advogado Lincon Abrantes, apenas uma transferência bancária – de pouco mais de mil reais – teria sido feita para os supostos milicianos. O restante do dinheiro foi entregue nos encontros pessoais, embora o ex-secretário tenha dito que em momento algum viu os bandidos.
Julierme teria narrado que quando chegava no motel em Cajazeiras, entrava no apartamento, trancava a porta e apenas aguardava os milicianos pegarem o dinheiro que ele deixava dentro do carro do lado de fora. Segundo ele, não havia contato pessoal com os bandidos.
O caso está sendo investigado pela polícia sob sigilo. Até a última atualização desta matéria, o Diário do Sertão não conseguiu contato com o ex-secretário de Finanças de São José da Lagoa Tapada, Julierme Lino, nem com a sua defesa.
DIÁRIO DO SERTÃO
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