VÍDEO: Assessor de investimentos diz que inflação e câmbio foram motivos para aumento da taxa Selic
A elevação dos juros básicos foi anunciada pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira (18) e aponta para 0,25 ponto percentual, 10,75% ao ano
Na coluna Economia do programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, o assessor de investimentos Elan Nascimento falou sobre o aumento da taxa Selic, juros básicos, anunciado pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira (18).
A decisão que foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), aponta para um aumento em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.
O colunista de economia explicou que a taxa Selic é a que comanda todas as outras taxas, como por exemplo: taxas de bancos, de financiamentos, do rotativo do cartão, entre outras. “Todas são norteadas pela Taxa Selic”, disse Elan.
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Decisão em conjunto – O profissional falou que muito se discute o porquê do aumento dos juros e quem seria o responsável por decidir sobre. Ele explica que a decisão ela não é tomada isoladamente ou monocraticamente, ou por um único diretor ou até mesmo pelo presidente do Banco Central. “Estamos falando de um comitê composto por várias pessoas. Por unanimidade foi tomada esta decisão”, esclareceu.
Ele também detalhou os motivos que levaram o Copom a decidir pelo aumento. Conforme Elan Nascimento, dois fatores justificam a elevação comunicada ao mercado, que são eles: a inflação e o câmbio, sendo este último relacionado à movimentação do dólar, ou seja, a desvalorização do real ante à moeda americana.
INFLAÇÃO
O colunista explica que o BC tem na condução da taxa de juros a sua principal ferramenta para poder controlar e colocar a inflação dentro da meta. “Sempre que o Banco Central verifica que a inflação está se desancorando da meta, alterar, no caso subir a taxa selic, é uma das primeiras decisões, é um dos primeiros remédios a serem adotados pelo BC”, destacou.
Ele citou como um dos pontos negativos, o aumento da energia anunciado pela Aneel já para setembro. O reajuste se dá por conta na Bandeira Vermelha tipo 1.
Um outro ponto levado em consideração pelo colunista, é em relação à seca e às queimadas pelo Brasil. Ele falou que os incêndios em áreas rurais “vão impactar os preços dos alimentos num curto médio prazo, o que vai fazer com que a inflação também aumente”.
DÓLAR
Elan explicou que, o que define a taxa de câmbio é a oferta e a demanda por dólar, e isso se dá por conta da balança comercial, ou seja, do número de importações e de exportações e também por conta do capital estrangeiro que entra no país.
Para tanto, segundo ele, os investidores precisam ver e sentir segurança no país onde estão investindo.
“Quando há muito conflito interno, por exemplo: quando há conflitos políticos internos muito grandes, o investidor estrangeiro ele teme, ele perde a confiança de investir no país, e quando isso ocorre, a nossa moeda se deprecia ante o dólar”, disse.
Política fiscal – Ainda quanto à entrada e saída do dólar no Brasil, Elan explica que os investidores analisam de como o governo conduz a política fiscal.
“Quando o governo tem uma politica fiscal sólida, quando as despesas e receitas não estão tão desancoradas, o investidor ele vê confiança, agora, quando a política fiscal é preocupante que é o caso do Brasil, isso pode afetar a confiança do investidor, e quando essa confiança do investidor é afetada, isso também influencia na taxa de cambio, no caso, negativamente”, enfatizou.
“Nós estamos em um país muito dolarizado. Quando o dólar ele se descompassa, quando o dólar ele sobe demais, isso traz inflação e ai o BC utiliza o aumento da Selic como principal remédio, como a principal política monentária”, finalizou.
Colunista – Elan Nascimento é bacharel em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande. Cursa Especialização em Mercado Financeiro e de Capitais pela PUC Minas e concluiu MBA em Investimentos e Asset Allocation pelo Grupo Primo. É servidor público e assessor de investimentos credenciado à XP Investimentos.
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