VÍDEO: Médico formado pelo UNIFSM em Cajazeiras participa de missão de esperança em Moçambique, na África
Da formação em Cajazeiras ao território africano, Luiz Arthur Bevilaqua enfrenta desafios e transforma vidas em uma das regiões mais carentes do mundo
Luiz Arthur Bevilaqua, de 30 anos, médico formado pelo Centro Universitário Santa Maria (UNIFSM) em 2019, está em uma missão de esperança em Moçambique, na África. Residente em Clínica Médica na Santa Casa de Misericórdia de Canindé, no Ceará, Luiz é um dos padrinhos da ONG Missão África, uma instituição constituída por brasileiros de todas as partes do país, que prestam serviços humanitários em Moçambique, por meio de educação e nutrição. O médico integra a 31ª missão médica no país, composta por 26 voluntários, incluindo médicos, jornalistas e economistas.
A trajetória de Luiz Arthur até Moçambique foi repleta de desafios. Saindo de Fortaleza no dia 16 de julho de 2024, ele enfrentou uma logística complicada, com voos para a Etiópia e depois para Moçambique, antes de chegar à cidade de Beira. De lá, seguiu para Dondo, uma região interiorana extremamente carente.
“É tudo muito, muito carente. Não existe rede de atenção básica. Aqui não há postos de saúde ou farmácias. No máximo, há hospitais, mas sem todas as especialidades. É preciso procurar um grande centro para se tratar, mas, nesse meio-tempo, as pessoas podem morrer por falta de medicação”, relata Luiz Arthur.
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A situação em Moçambique é alarmante. Arthur destaca que a população enfrenta extrema pobreza. A desnutrição infantil é uma realidade constante, com famílias numerosas lutando para conseguir alimento suficiente.
“A população está crescendo, mas não tem dinheiro para comprar alimento. Uma família com 8, 10, 15 filhos… vai desnutrindo porque não dá para alimentar todos. A desnutrição infantil é muito comum”, explica Luiz Arthur.
Apesar das dificuldades, o egresso da Santa Maria encontrou em Moçambique uma população resiliente, que mantém sua fé e esperança em dias melhores. Ele destaca que a ONG Missão África tem feito a diferença, construindo poços para garantir o abastecimento de água, e proporcionando suporte nutricional e médico.
“A experiência está sendo surreal. A população não tem nada, apenas fé em Deus. Já cheguei a chorar aqui por vários dias, quando eles nos recebem com música”, compartilha, emocionado.
Natural de Fortaleza, Luiz Arthur se formou em 2019 no UNIFSM e enfrentou logo no início de sua carreira a pandemia de COVID-19, o que o preparou para a realidade encontrada em Moçambique. Além de fornecer atendimento médico, ele apoia financeiramente a ONG, que realiza três missões por ano no país, apadrinhando 10 crianças financeiramente para a garantia da segurança alimentar.
“Dentro dos centros educacionais, as crianças estão mais nutridas. Fora deles, a situação é mais difícil. Muitos nem chinelo têm para calçar”, conta Luiz Arthur.
O médico e sua equipe prestam suporte para várias pessoas, especialmente aquelas que lutam contra HIV, malária, sífilis e atendimentos em geral, até mesmo em presídios. Ele enfatiza a importância da continuidade do tratamento para a população local, e convida outros profissionais a se juntarem à causa. “Sobreviver aqui é um milagre”, conclui Luiz Arthur.
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