VÍDEO: Fernando Figueiredo analisa o impacto da escassez de engenheiros no país e cita “crise educacional”
A escassez de profissionais da engenharia no Brasil voltou ao centro dos debates nacionais. Segundo o professor e colunista, o problema vai muito além do mercado de trabalho e passa também pelo excesso de faculdades de baixa qualidade
A escassez de profissionais da engenharia no Brasil voltou ao centro dos debates nacionais. Segundo o engenheiro Fernando Figueiredo, colunista do programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão, o problema vai muito além do mercado de trabalho.
Durante sua participação na coluna Diário de Obras, ele apontou que a raiz da questão está diretamente ligada à crise no sistema educacional brasileiro.
“Essa notícia tem sido bem repercutida nacionalmente, que é a falta dos profissionais de engenharia, não só de engenharia civil, mas de engenharia como um todo, da área tecnológica. E por que está acontecendo isso? Isso é mais um problema educacional do que, necessariamente, de estrutura”, afirmou Figueiredo.
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De acordo com o engenheiro, a explosão de demanda por profissionais da área entre os anos de 2008 e 2010 foi seguida por uma queda na valorização da carreira, o que desestimulou muitos jovens a seguirem nessa direção.
“O Brasil viveu um boom, teve realmente uma explosão por demandas nessas áreas tecnológicas no ano de 2008, 2010. E depois foi uma queda brusca nas rentabilidades dessas áreas. O que foi que aconteceu? Houve a explosão da demanda por profissionais de tecnologia, principalmente de engenharia. Esses profissionais começaram a chegar e não houve a recompensa suficiente para esses profissionais, que acarretou a mudança de carreira.”
Segundo ele, o problema se intensifica com o surgimento desenfreado de faculdades de baixa qualidade, que não conseguem formar profissionais aptos a enfrentar os desafios do mercado. “Hoje, a gente passa por uma crise educacional imensa. Um tema me chamou bastante atenção, que foi o seguinte: as universidades, as faculdades, estão abrindo a torto e a direito, é muito fácil abrir uma faculdade no Brasil. E isso é um problema.”
Figueiredo comparou a situação com o sistema da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que exige exame de ordem após a graduação para validar o exercício da profissão. Segundo ele, outras áreas, como medicina e engenharia, deveriam adotar modelos semelhantes.
“Esse problema a gente até reverbera um pouco, por exemplo, a Ordem dos Advogados do Brasil precisa fazer uma prova para atestar que o cara que passou cinco anos numa faculdade, ela é capaz de atuar como advogado. E as outras classes também estão propondo esse sistema, já existe essa pauta para a medicina, que você após cumprir a faculdade de medicina, fazer o exame de ordem. E isso, sobre o meu ponto de vista, é o colapso da estrutura educacional no Brasil.”
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