Da Matta estreia com vitória e cheio de elogios ao Campinense: “Foi perfeito”
Técnico do Rubro-Negro destaca a obediência tática dos jogadores na vitória por 3 a 1 sobre o Sport e pede que o time não se acomode com o resultado para o jogo da volta.
Quando chegou ao Campinense, há apenas quatro dias, é claro que o técnico Ney da Matta queria começar com o pé direito, estrear com vitória e vendo o time apresentar um futebol convincente. Mas o primeiro desafio era difícil – o Sport, pelas quartas de final da Copa do Nordeste – e, nem nos seus melhores sonhos, o novo treinador da Raposa cogitaria uma estreia tão empolgante: uma vitória incontestável por 3 a 1, no Amigão, que ele definiu com apenas uma palavra: “perfeito”.
O Campinense jogou um futebol autoritário, que mostrava quem era o dono da casa. Anulou o meio de campo do Sport no primeiro tempo. Atacou ora aberto pelas pontas, ora pelo meio, frente à frente com a defesa adversárias. Aproveitou um bom momento no jogo para marcar dois gols em apenas dois minutos ainda na primeira etapa. Resistiu bem à pressão do time pernambucano no início do segundo tempo, ainda que tenha sofrido um gol. Reagiu rápido e marcou o terceiro. Emplacou contra-ataques rápidos. Matou o jogo. Abriu uma boa vantagem para a partida da volta, no domingo.
Um dos estreantes da noite – o atacante Reinaldo Alagoano também fez seu primeiro jogo com a camisa da Raposa -, Ney da Matta preferiu voltar todos os méritos para o elenco. Para ele, foi importante demais a recepção que os atletas deram a sua metodologia e ao sistema de jogo.
– Na verdade, tem que dar muito mérito aos jogadores. Porque foi muito pouco tempo de trabalho, mudamos o sistema de jogo, e eles entenderam. Eu falei que o fator principal nesse jogo seria a obediência tática. O adversário tem alguns corredores nos quais podíamos entrar como elemento surpresa. E eles realmente entenderam, principalmente no corredor do Rithely e nas beiradas do campo, que foram muito bem preenchidos. Então parabéns para eles, pouco tempo de trabalho, e eles entenderam a hora que tinha que jogar naquela linha alta, na média e na baixa. Foi perfeito. Souberam trazer o adversário para dentro do nosso campo para explorar bem o que a gente tem, que é o contra-ataque, do lado esquerdo com Maranhão e do lado direito com Augusto – avaliou Ney da Mata.
De fato, os jogadores tiveram que se adaptar à estrutura que o novo treinador implantou para o duelo com o Sport. Jogando a maior parte dos jogos anteriores com três volantes, o Campinense foi a campo sem Fernando Pires – um dos principais nomes do meio de campo rubro-negro – e com dois pontas abertos – Maranhão e Augusto -, tendo Reinaldo Alagoano centralizado na área, mas com a incumbência de voltar para apoiar.
E o time funcionou. Deu trabalho ao goleiro Magrão, um dos melhores em campo. Pressionou o Sport. Com gols de Magno e Augusto, abriu 2 a 0 na primeira etapa, resultado que manteve até o intervalo. E, mesmo quando sofreu certa pressão no início do segundo tempo e sofreu um gol – marcado por Juninho -, soube encaixar contra-ataques e voltar a abrir dois gols de diferença, fazendo 3 a 0 com o gol de Reinaldo Alagoano.
Ney da Matta explicou essa disposição dos jogadores em campo, e elogiou a postura de Fernando Pires, que era titular absoluto e aceitou tranquilamente a reserva em favor do time. Pires, aliás, entrou no segundo tempo, no lugar de Maranhão e, na opinião do treinador, foi bem.
– No último treino que fizemos, eu não mexi no esquema e deixei os jogadores à vontade num primeiro momento; e na segunda parte tiramos o Pires e colocamos o Maranhão na beirada. E o legal de tudo é que o Pires vinha jogando e entendeu a proposta de jogo que a gente passou para os jogadores e, no jogo, o Pires mostrou mais uma vez que não são 11 que ganham o jogo; quem ganha jogo, realmente, é o grupo. E o Pires deu uma aula aqui no segundo tempo, na hora que precisamos dele. Vai ter jogo que ele vai entrar como titular. Então parabéns, não só para o Pires, mas para todos os jogadores, que entenderam a proposta de jogo. Agora temos que ter pé no chão, equilíbrio, se a gente não tiver equilíbrio a gente não faz nada. A palavra de ordem aqui foi equilíbrio, para jogar contra uma equipe tão forte, que é o time do Sport.
A vitória por 3 a 1 dá ao Campinense o direito de perder por até um gol de diferença – ou por dois, desde que marque pelo menos duas vezes – no jogo da volta, no domingo, para avançar para a semifinal da Copa do Nordeste. O duelo da volta com o Sport está marcado para às 16h do domingo e vai acontecer na Ilha do Retiro, em Recife.
Confira outros trechos da entrevista com Ney da Matta:
Saber administrar a vantagem
O mais importante de tudo é não sentarmos em cima do resultado, é continuar com a mesma postura, é saber que o adversário vai partir para cima da gente, é lógico isso, e a gente continuar respeitando taticamente e preenchendo os espaços que precisam ser preenchidos do mesmo jeito que foi preenchido aqui. Vai ser uma luta lá também.
Força da torcida
O calor que essa torcida passa é de causar inveja. Quem não se arrepiar com uma torcida dessa não pode jogar futebol. Parabéns para a torcida, parabéns para os atletas. A torcida resgatou o Jussimar, que saiu aplaudido. Ele vai errar, vai acertar; isso faz parte da nossa profissão. Agora é tranquilidade, pé no chão, porque no fim de semana é outra guerra.
Estreia de Reinaldo Alagoano
Quando se estreia como o Reinaldo estreou, é muito gostoso, mas o mais importante dele foi fazer as coisas funcionarem coletivamente. Hoje o Reinaldo deu pique, marcou as saídas dos zagueiros, fez a recomposição até o meio de campo. Não temos que dar os parabéns para o Reinaldo só pelo gol, mas também porque ele fez funcionar hoje coletivamente. Isso é importante para um grupo vencedor. No dia em que as coisas acontecerem e tivermos apenas um jogador dando resultado, está errado. Futebol não é individual. Futebol funciona coletivamente, e hoje foi a prova disso, que quem entrou nos ajudou demais.
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