Ex-presidente da Odebrecht dá detalhes de doação ilegal a Cássio e revela; “Na campanha um diretor nosso foi procurado pelo senador”
"Pediu uma contribuição de campanha em caixa dois."
O Supremo Tribunal Federal liberou ontem a noite (12) os vídeos das delações de ex-funcionários da Odebrecht à Procuradoria Geral da República (PGR) , entre eles os de Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental.
Elas serviram de base para a abertura de inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O depoimento de Reis gerou dois inquéritos, envolvendo doações ilegais ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP).
No inquérito 4386, Cunha Lima (PSDB-PB) é suspeito de receber R$ 800 mil em doação ilegal feita pela construtora. O ex-funcionário da Odebrecht afirmou que o pedido foi feito pelo político.
“No decorrer da campanha de 2014, um diretor nosso, Alexandre Barradas, foi procurado pelo senador Cássio Cunha Lima, que era candidato a voltar ao governo da Paraíba”, relatou Reis. “Pediu uma contribuição de campanha em caixa dois.”
Segundo Reis, o codinome de Cunha Lima no departamento de propinas da Odebrecht era “Trovador”. Ele relatou que o acordo foi visto pela Odebrecht Ambiental como uma oportunidade de viabilizar a participação da empresa em uma participação público-privada no estado na área de saneamento. Porém, disse ele, Cunha Lima não foi eleito e o projeto nunca se concretizou.
Cunha Lima disse que recebeu doação da Braskem, que é do grupo Odebrecht, na campanha de 2014. E que essa doação foi devidamente declarada na minha prestação de contas. “Tem que investigar, sim, até o fim, para que tudo seja devidamente esclarecido”, afirmou, em postagem nas redes sociais na última terça (11).
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