Associação da Mídia Digital da Paraíba reprova ataque de empresário de comunicação ao jornalismo
O empresário disse que a imprensa comemora os óbitos decorrentes da covid-19 como se fossem “gols da seleção” brasileira
A Associação da Mídia Digital – AMIDI – repudiou, em nota, as declarações feitas pelo empresário Roberto Cavalcanti, proprietário do Sistema Correio de Comunicação, que sugeriu que jornalistas e radialistas sejam “apedrejados” diante da divulgação de mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil.
O empresário disse que a imprensa comemora os óbitos decorrentes da covid-19 como se fossem “gols da seleção” brasileira.
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”Ao criticar a cobertura jornalística de “determinadas emissoras”, em que supostamente se comemora mortes como gols, Cavalcanti não cita nomes e se vale de generalização vazia para lançar uma lamentável expressão de incitação à violência contra jornalistas que informam a Paraíba e o Brasil sobre números e dados oficiais”, diz trecho da nota.
De acordo com a nota da Amidi, as afirmações de Cavalcanti incentivam ainda mais agressões contra jornalistas.
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA
A Associação da Mídia Digital – AMIDI – expressa profunda reprovação contra a manifestação equivocada, intolerante e inoportuna do empresário Roberto Cavalcanti, durante participação em programa de rádio pertencente ao seu grupo em João Pessoa.
Ao criticar a cobertura jornalística de “determinadas emissoras”, em que supostamente se comemora mortes como gols, Cavalcanti não cita nomes e se vale de generalização vazia para lançar uma lamentável expressão de incitação à violência contra jornalistas que informam a Paraíba e o Brasil sobre números e dados oficiais.
Não consta nenhum exemplo de algum jornalista profissional que tenha festejado as tristes estatísticas de vidas perdidas, nem muito menos aplaudido as consequências econômicas amargadas por todas as camadas do mercado, incluindo a comunicação, com demissão e erradicação de postos de trabalho, como ironicamente vivem na pele profissionais do próprio Jornal Correio da Paraíba, fechado recentemente.
De um líder de um grupo de comunicação e testemunha ocular das agruras, pressões, incompreensões e dores diárias vividas por jornalistas para o cumprimento do exercício profissional, espera-se o reconhecimento da infelicidade da abordagem e da constrangedora injustiça com aqueles que ao seu lado trabalham para construir audiência, credibilidade, faturamentos, empregos e lucros.
As únicas pedras que devem ser erguidas nesse momento tão grave que atravessamos são as que solidificam a informação e os meios profissionais de comunicação como alicerce inabalável de uma sociedade esclarecida, democrática, humana e civilizada. O contrário desses valores é pecado que não lavaremos as mãos.
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