VÍDEO: Vice-presidente da OAB-PB afirma sofrer assédio moral e tantantiva de invisibilização no cargo
O presidente da Seccional negou que Rafaella Brandão esteja sendo excluída da gestão e resumiu os fatos narrados por ela apenas a uma "questão de cerimonial"
Na última sessão extraordinária do Conselho Pleno da Seccional Paraíba da OAB, realizada há cerca de um mês, na qual foi aprovada a paridade de gênero no processo de formação de lista sêxtupla para vaga do Quinto Constitucional, a advogada Rafaella Brandão, vice-presidente da instituição, denunciou estar sofrendo assédio moral no exercício do cargo. O fato só veio à tona nesta semana na imprensa.
Na tribuna, diante do Conselho Pleno da OAB-PB, ela relatou uma série de circunstâncias ocorridas nos últimos meses, até então desconhecidas pela advocacia paraibana, que, segundo a denúncia, tentam invisibilizá-la dentro da instituição.
Primeira advogada negra a fazer parte da diretoria da OAB-PB em 92 anos de história, Rafaella tem um histórico de serviços prestados à Ordem, sobretudo em defesa dos movimentos sociais.
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“Defender a paridade é também ir contra a invisibilidade de outra colega. Sou a favor da paridade, sim; sou fruto dela, não só de gênero, mas racial também, e me orgulho muito disso porque minha história fala por si só. Paridade não é só discurso, paridade é um direito; e quando a gente conquista esse espaço, precisamos ser respeitada. A gente não pode falar em paridade e não observar o Regimento da OAB, por exemplo, no ponto em que determina que a vice-presidente substitui o presidente em suas faltas e impedimentos”, disse a advogada.
A vice-presidente da OAB-PB elencou situações vivenciadas na busca diária de desempenhar a função que ocupa, mas vem sendo preterida e tem suas atribuições desempenhadas por outras mulheres advogadas desginadas pelo presidente, apenas porque exercem cargos em comissões.
“Não posso mais tapar o sol com a peneira onde vários episódios dentro dessa Casa, vários eventos não fui convidada, eu tive que pedir por um 1Doc a agenda institucional de março para cá porque eu vejo os eventos pelo Instagram, reuniões de Comissões nunca fui convidada, vejo pelo Instagram. Sou membro efetivo da Comissão Organizadora da Conferência Estadual da Advocacia por força do nosso Estatuto e fui ignorada pelo presidente. Isso só para registrar alguns exemplos de invisibilização. Precisamos ser exemplos. Para eu defender a paridade, eu tenho que olhar para o lado e saber se a minha colega também está sendo contemplada. Então, deixo aqui minha mensagem: paridade é valorização, paridade é oportunidade, paridade é um abraço fraterno”, pontuou a vice-presidente.
O que disse o presidente
O presidente da OAB-PB, Harrison Targino, negou que Rafaella esteja sendo excluída da gestão e resumiu os fatos apenas a uma “questão de cerimonial” que, segundo ele, foge ao seu controle.
PORTAL DIÁRIO com JuriNews
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