VÍDEO: Em Sapé, festival comemora 100 anos de Elizabeth Teixeira, ícone da luta pela reforma agrária na PB
Alane Lima, coordenadora do evento, fala da programação e importância de Elizabeth paras as lutas camponesas
Acontece neste final de semana em Sapé, a 60 km de João Pessoa, o ápice das celebrações do centenário de Elizabeth Teixeira, líder camponesa que se tornou ícone da luta pela reforma agrária no Brasil. As homenagens começaram na quinta-feira, no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, na comunidade Barra de Antas, em Sapé, e se estende até este sábado.
Em participação no programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão, a coordenadora do festival, Alane Lima, reitera a importância de Elizabeth para as lutas camponesas em todo o país.
“Está sendo um momento histórico. Pela primeira vez depois das ligas camponesas, a gente consegue realizar um ato na dimensão que está sendo, com camponeses. Todos envolvidos para celebrar a vida da grandiosa mulher que é Elizabeth Teixeira”, disse.
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Alane também falou sobre a programação preparada para celebrar essa importante data. “Muito longa, bonita, intensa, que foi iniciada na quinta-feira com o reencontro da família Teixeira, na casa que foi de Elizabeth, e à tarde nós tivemos um belo show de artistas culturais”, contou.
Confira a programação deste sábado
- Feira da Agricultura Familiar Camponesa e ato político e cultural na Praça João Úrsulo
- 10:00h – Abertura da Feira Cultural da Reforma Agrária, na Praça de eventos João Úrsulo, com a participação de Oliveira de Panelas e a violeira Soledade.
- 10:15H – Apresentação de Mestre Divinho
- 11:00H – Apresentação de Edno Luna
- 12:00H – Pausa para almoço
- 15:00H – Forró Três do Norte
- 17h05 – Banda Santa Cecília
- 19h- Encerramento com a cantora Sandra Belê
Quem é Elizabeth Teixeira
Foi companheira de João Pedro Teixeira, com quem se casou à revelia de seu pai, fazendeiro e comerciante. Junto com o marido, atuou na luta pela terra no Estado, na Liga Camponesa da Paraíba. Presa várias vezes, perseguida pela ditadura e por jagunços, teve que ir para a clandestinidade após o assassinato do marido, João Pedro Teixeira, em 1962.
Após a morte de João Pedro, ela assumiu a presidência da Liga Camponesa de Sapé e depois a Liga no Estado. Elizabeth não se curvou às ameaças dos latifundiários e deu continuidade à luta por trabalho digno, reforma agrária e justiça no campo.
Fugindo da perseguição, Elizabeth e os 11 filhos não conseguiram seguir juntos para escapar da morte, indo cada um para um canto diferente do Brasil. Ela foi presa diversas vezes, perdeu dois filhos assassinados e uma filha cometeu suicídio. Na clandestinidade, adotou um nome falso e ficou escondida por 17 anos.
Em 1964 ela aceitou o convite do cineasta Eduardo Coutinho para participar do documentário “Cabra Marcado para Morrer”, onde interpretaria a si mesma no filme que conta a história das Ligas Camponesas e do assassinato de João Pedro.
Os anos que seguiram até os dias atuais foram marcados por uma batalha insistente de nunca se desvencilhar da luta rural. Num Brasil que viveu a redemocratização, Elizabeth seguiu reivindicando a importância da reforma agrária, participando de movimentos, eventos, articulações políticas.
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