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Operação da Polícia Federal cumpre mandado judicial de busca e apreensão em gabinete de Carlos Bolsonaro

Conforme a PF, o objetivo é investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas

Por Portal Diário

29/01/2024 às 12h01 • atualizado em 29/01/2024 às 12h05

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro/RJ - © Renan Olaz/CMRJ

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta segunda-feira (29), novos mandados de busca e apreensão em continuidade à Operação Vigilância Aproximada que foi deflagrada na última quinta-feira (25). Conforme a PF, o objetivo é investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Um dos alvos na manhã desta segunda-feira (29) foi o vereador carioca, Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Câmara Municipal do Rio de Janeiro informou que policiais federais estiveram no gabinete do vereador para cumprir mandado judicial de busca e apreensão.

Em nota, a Câmara disse que “a diligência ocorreu das 7h às 9h, e foi acompanhada pela [equipe de] segurança da Casa e um assessor do parlamentar”.

A Agência Brasil relatou que a Polícia Federal afirma que Carlos Bolsonaro é “a principal pessoa da família que recebia informações da Abin paralela”. As investigações indicam ainda que teria partido dele a ideia de criar esse grupo paralelo, para usar a estrutura da Agência Brasileira de Informação no monitoramento ilegal autoridades públicas e outras pessoas.

Conforme a PF, ao todo, nesta segunda (29) foram emitidos nove mandados de busca e apreensão, sendo eles, um em Angra dos Reis/RJ, cinco no Rio de Janeiro/RJ, um em Brasília/DF, um em Formosa/GO e um em Salvador/BA.

Operação Vigilância Aproximada – Foto: divulgação/Polícia Federal

Também de acordo com a Agência Brasil, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro, foram encontrados equipamentos que seriam de propriedade da Abin. Diante disso, a coordenação de comunicação social da agência informou à Agência Brasil que “iniciou imediatamente apuração sobre o caso”.

A Polícia Federal informou que nesta nova etapa, o foco é avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas. Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público.

Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Conforme a CNN Brasil, “a defesa de Carlos Bolsonaro, representada por Antonio Carlos Fonseca, declarou que só irá se manifestar quando tiver acesso ao processo”.

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