Fugitivos de Mossoró invadem casa, pedem comida, assistem notícias e telefonam para número do Rio de Janeiro

Casa invadida por fugitivos de Mossoró (Foto: Iara Nóbrega/Inter TV Cabugi)

Uma casa que fica localizada no Distrito de Riacho Grande, na zona rural de Mossoró-RN, foi invadida pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, na noite dessa sexta-feira (16). Um morador da residência contou à polícia que Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como “Tatu”, e Deibson Cabral Nascimento, 34, o “Deisinho”, ficaram no local por cerca de quatro horas.

Enquanto mantiveram a família como refém, eles não praticaram violência, apenas pediram comida, quiseram ver notícias sobre a fuga nas redes sociais e no Jornal Nacional e depois fugiram a pé levando celulares e carregadores das vítimas.

Os moradores relataram que os fugitivos estavam sujos, cheiravam mal e pareciam desnorteados, demonstrando não saber onde estavam. Eles perguntaram como chegar ao Ceará, se estavam longe do litoral e se havia muitos pontos de bloqueio na rua. Na fuga, além dos celulares com carregadores, a dupla levou alimentos em uma sacola plástica.

As vítimas disseram que os fugitivos fizeram várias ligações pelo WhatsApp, algumas delas com DDD 21, e que o homem que atendeu tinha sotaque e disse que estava no Rio de Janeiro.

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Rogério Mendonça e Deibson Cabral, fugitivos do presídio de Mossoró (Foto: Reprodução)

Apontados pela polícia como membros do Comando Vermelho, Rogério e Deibson são do Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos de um presídio de segurança máxima em Rio Branco, em julho de 2023, após participaram de uma rebelião que deixou cinco mortes, sendo três delas com decapitações.

A unidade de segurança máxima de Mossoró foi inaugurada em 3 de julho de 2009 e projetada para receber até 208 presos. É uma reprodução do modelo de unidades de segurança máxima norte-americanas, conhecidas como “Supermax”, conforme descrição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A fuga dos dois é inédita no sistema penitenciário federal.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afastou a direção da penitenciária no mesmo dia da fuga e nomeou um interventor, Carlos Luis Vieira Pires, que já dirigiu a penitenciária federal de Catanduvas-PR. A Polícia Federal apura se a fuga teve a a ajuda de um agente penitenciário ou operário de obras feitas na unidade.

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