VÍDEO: Júlio Lancellotti e papa Francisco incomodam porque seguem exemplo de Jesus, diz padre do Ceará
Para o padre José Gonçalves, está claro o que há por trás das perseguições: "o mal e o autoritarismo e o poder não conseguem estar em comunhão com outro poder"
Criticados por uns, enaltecidos por outros. Odiados por alguns, amados por outros. Perseguidos por aqueles, defendidos por estes. Papa Francisco e padre Júlio Lancellotti carregam o mesmo peso que carregou Jesus Cristo, filho de Deus. Não o peso da cruz de madeira na qual Cristo foi morto crucificado, mas um outro tipo de crucificação, embora com as mesmas motivações: intolerância, icompreensão e ódio.
Assim como aconteceu com Jesus, qualquer líder religioso que pregar e praticar a empatia e o amor aos excluídos e vítimas da opressão social, provavelmente será perseguido por poderosos, por fascistas e pelos que, falsamente, se consideram cristãos “perfeitos”. Papa Franciasco e padre Júlio Lancellotti carregam o peso da perseguição e da crucificação da opinião pública, ambos por terem a mesma visão social de Cristo.
Para muitos, papa Francisco está revolucionando o catolicismo institucional ao quebrar tabus históricos para aproximar a Igreja de grupos que antes eram barrados nas doutrinas católicas. Um exemplo recente: em dezembro de 2023, o Vaticano passou a permitir que padres conduzam bênçãos a casais do mesmo sexo.
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Padre Júlio Lancellotti, por sua vez, está frequentemente nos noticiários dividindo opiniões por causa da sua abnegada missão de alimentar famintos em situação de rua em São Paulo. Ele entrega “quentinhas”, cobertores, prepara curativos para ferimentos e outros cuidados básicos às pessoas que habitam as ruas da maior cidade da América Latina.
Esse trabalho incomoda muita gente. Tanto que alguns vereadores da capital paulista articulam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal para investigar a atuação de ONG’s na região conhecida como Cracolândia, e o padre Júlio estaria na mira desses parlamentares.
Para o padre José Gonçalves, da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Ipaumirim, no Ceará, o que há por trás de tais perseguições é bem claro: “Todos aqueles que servem ao reino de Deus, são pessoas perseguidas porque o mal e o autoritarismo e o poder não conseguem estar em comunhão com outro poder”, comentou o padre, no programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão.
Para ilustrar esse temor que os poderosos têm, padre José Gonçalves citou o rei tirano Herodes. Segundo o Evangelho de Mateus, Herodes teria ordenado o assassinato de todas as crianças de Belém com menos de dois anos de idade depois que descobriu, através dos Reis Magos, que o messias estaria para nascer naquela cidade.
“Aqueles que são odiosos aos pobres, no sentido mais exato da palavra, também odeiam o Júlio Lancellotti e o papa Francisco porque [os dois] colocam toda sua vida, todo seu amor, a essas pessoas”, disse padre José.
Conhecedor das perseguições e ameaças pelas quais o padre Júlio vem passando ao longo dos anos, papa Francisco se solidarizou e disse que está em oração pelo colega, foi o que afirmou o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) à coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo. A Arquidiocese de São Paulo também apoiou publicamente o padre e repudiou a tentativa de investigação através de CPI.
Padre José Gonçalves afirma que negar comida a um faminto, é negar ao próprio Jesus Cristo. “Tudo aquilo que a gente faz hoje por aqueles que são esquecidos e abandonados, a gente está fazendo ao próprio Senhor, que chega pra gente e diz assim: ‘olha, eu tô com fome’. E se você nega comida a essa pessoa, é ao próprio Jesus que você está negando.”
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