VÍDEO: Bispo emérito de Cajazeiras critica quem se diz católico, mas ‘rejeita’ Papa Francisco por ideologia
Durante sua homilia na Missa do Crisma, Dom José González Alonso fez uma contundente crítica aos membros da Igreja Católica que, segundo ele, estão se afastando de Deus por causa de ideologias
Durante sua homilia na Missa do Crisma, na manhã da Quinta-feira Santa, o bispo emérito da Diocese de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, fez uma contundente crítica aos membros da Igreja Católica que, segundo ele, estão se afastando de Deus por causa de ideologias políticas, sobretudo as mais conservadoras, e por não concordarem com a postura do Papa Francisco diante de determinados temas.
Diante de dezenas de padres e seminaristas, Dom José González Alonso, que foi o sétimo bispo da história da Diocese de Cajazeiras, disse que não adianta celebrar os rituais católicos “mecanicamente” sem estar “próximos de Deus”.
“Temos que rezar por nosso povo e temos que rezar por nossa fidelidade. Além do sacramento e da pastoral que possamos realizar, encontremos momentos de oração para estarmos próximos de Deus. Rezamos por aqueles que, talvez, não tenham tanto tempo [de sacerdócio], mas que não podem viver sem estar convictos de que têm que estar unidos a Deus para que tudo que fizer dê fruto e tenha sentido.”
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Dom José destacou que todos os componentes de uma Diocese formam uma comunidade e a “cabeça visível” dessa comunidade é o bispo, sobretudo o de Roma – referindo-se ao Papa Francisco. No entanto, segundo ele, “hoje estamos vivendo uma igreja contraditória.”
Para Dom José, muitos que se dizem católicos “querem ser mais católicos tradicionalistas que o Papa e rejeitam a obediência e a autoridade do bispo de Roma.”
“Não caiamos na tentação, queridos padres. Tenhamos a ideologia que tenhamos. Todos temos a tradição da Igreja, mas temos que admitir a renovação da Igreja a partir do Concílio Vaticano II. Podemos gostar ou gostar menos, mas se isso não nos leva à nossa aproximação com o Papa atual, estaremos fora da Igreja”, completa o bispo.
O Concílio Vaticano II, citado por ele, foi convocado pelo Papa João XXIII no dia 25 de dezembro de 1961 e encerrado no dia 11 de outubro de 1962. Nele, mais de 2000 Prelados de todo o planeta discutiram e regulamentaram vários temas na tentativa de atualizar a Igreja Católica. As suas decisões estão expressas em 4 Constituições, 9 Decretos e 3 Declarações elaboradas e aprovadas pelo Concílio.
“Vocês ouviram muito dizer ‘onde está o bispo, com o bispo está a Igreja’. Estejamos próximos de nosso bispo. Mas, cuidado, não queiramos bajular o bispo para tirar vantagens pessoais, para agradá-lo, para que depois nos dê cargos importantes ou uma boa paróquia. Isso não é aproximação eclesial, isso é egoísmo e bajulação, venha de onde vier”, alerta Dom José.
O clericalismo e as mídias
O bispo emérito ainda mencionou o clericalismo como sendo outro problema dos tempos atuais, em que padres estariam agindo de forma independente em suas paróquias e utilizando as mídias (redes sociais e canais de TV) para propagar opiniões que provocam crise na Igreja Católica.
“Não somos franco atiradores, que posso fazer o que vier na minha cabeça sem ter em conta as orientações da Diocese, da Igreja, da Pastoral em conjunto. ‘Eu e minha paróquia faço o que quero’ e caímos no clericalismo tão condenado pelo Papa. Sejamos bons colegas que se preocupam com seu irmão, especialmente se tem problemas, se tem necessidades. Não vamos jogar pedras, não vamos anunciar pelo meios de comunicação, hoje tão mal usados algumas vezes para denegrir pessoas. Já não digo caluniando, mas muitas vezes propagando coisas que era melhor que não se propagasse.”
DIÁRIO DO SERTÃO
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