Saiba quando a cafeína em cápsula e o cafezinho podem se tornar perigosos
Substância em excesso provoca aumento da pressão arterial, dos batimentos cardíacos, palpitações e arritmia, segundo cardiologista
Imagine uma pessoa parar no pronto-socorro após tomar café. Apesar de pouco frequente, isso acontece e se deve ao excesso de cafeína, segundo o cardiologista Fernando Costa, diretor de promoção da saúde cardiovascular da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia).
Extrapolar o limite diário recomendado de cafeína, especialmente em um curto espaço de tempo, vai fazer com que o indivíduo tenha alguns efeitos colaterais que podem ser extremamente desconfortáveis e até perigosos, segundo o especialista.
“O grande problema da cafeína é o aumento súbito [da dose] em relação ao que você toma habitualmente. Por ser um estimulante, a cafeína em excesso provoca palpitações, batimentos cardíacos acelerados, aumento da pressão arterial e arritmia.”
Costa cita como exemplo uma pessoa que toma quatro xícaras de café em uma reunião estressante.
“O café provoca aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. Imagine em uma reunião mais tensa, o sujeito toma cinco xícaras de café. Ele pode se sentir mal depois. O momento de estresse não é indicado para tomar, justamente porque a pessoa já está mais acelerada.”
Mas qual é a dose de cafeína recomendada para que ele não seja nocivo?
Segundo a Administração de Comidas e Remédios dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), uma pessoa saudável (sem problemas cardiovasculares) pode tomar até 400 mg de cafeína em um período de 24 horas.
Em termos práticos: quatro cafés expressos. Uma xícara de café coado tem cerca de 80 mg de cafeína; de chá verde, 30 mg.
“100 mg de cafeína [um expresso] a cada duas horas ou duas horas e meia não tem problema… ele [café] sai da circulação em cerca de uma hora”, sugere o cardiologista.
Entretanto, é preciso ficar atento porque a cafeína não está somente nos líquidos. “Cada grama de chocolate tem 1 mg de cafeína”, ressalta.
Energéticos e suplementos
Recorrer aos energéticos ou cápsulas de cafeína para manter a disposição pode ser uma escolha perigosa, segundo o cardiologista.
“Tem energético por aí que chega a ter até 400 mg de cafeína. O grande problema é que não vem com uma tarja preta na embalagem.”
Ele alerta ainda para o fato de 0,2% da população (cerca de 500 mil pessoas no Brasil) ter miocardiopatia hipertrófica, uma deficiência congênita (de nascença) no músculo do coração. “A maioria das pessoas não sabe que tem”, diz.
A combinação de cafeína e exercícios físicos é contraindicada por médicos, justamente pelo risco de morte súbita.
Em lojas de suplementos é possível encontrar cápsulas, conhecidas como pré-treino, com 420 mg de cafeína.
“Você já vai para a academia para aumentar a pressão cardíaca, não tem por que tomar cafeína”, adverte Fernando Costa.
Fonte: R7 - https://noticias.r7.com/saude/saiba-quando-a-cafeina-em-capsula-e-o-cafezinho-se-tornam-perigosos-22062019
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