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VÍDEO: Médico dermatologista alerta para casos de hanseníase e explica tratamento para a doença

Dr. Fred Bernardes Filho destaca que a principal ferramenta que nós temos contra a doença é a informação, sendo fundamental um grande trabalho de conscientização da população para entender o que é a patologia e como tratar

Por Fernando Alencar

24/01/2025 às 18h20

O quadro Diário Saúde, do programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão, recebeu nesta sexta-feira (24) o médico Fred Bernardes Filho, que é dermatologista e Doutor em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP – USP). Ele alertou para os casos de hanseníase e explicou como funciona o tratamento para a doença. De acordo com Dr. Fred, é importante as pessoas terem o conhecimento sobre o que, de fato, é a patologia.

“É fundamental um grande trabalho de conscientização da população para entender o que é a doença e buscar tratamento. Existe tratamento. Então, isso é muito importante para que as pessoas entendam, quebrar preconceitos e estigmas do passado”, ressaltou.

O médico informou que muitas pessoas acham que a hanseníase é uma doença exclusiva de pele, e as manchas são os primeiros sinais, o que, segundo ele, não é verdade. “Os principais sintomas são o formigamento, dormência, câimbra, dor nos nervos, queimação, sensação de agulhada ou alfinetada, e dependendo da imunidade do paciente, dez, vinte anos depois podem surgir as manchas na pele”, explica.

De acordo com o médico, ficar esperando aparecer manchas na pele para procurar um especialista pode significar chegar tardiamente ao diagnóstico. A hanseníase não é totalmente previsível e por isso é importante que as pessoas estejam informadas.

O tratamento é importante não só para a melhora do paciente, mas também para quebrar a cadeia de transmissão, deixando de contaminar outras pessoas. Segundo Dr. Fred, não existe um exame específico necessário para a detecção da patologia, mas sim precisa de um histórico clínico detalhado para a descoberta do problema.

“O principal exame que a gente tem é uma boa avaliação clínica. O médico tem que saber buscar por áreas da pele com sensações estranhas, perda de sensibilidade, perda de alguns reflexos, procurar avaliar os nervos periféricos, principalmente os nervos dos braços e das pernas, apertando alguns pontos específicos buscando por choque ou dor”, ele explica.

O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos de hanseníase. Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país, sendo de notificação compulsória e investigação obrigatória.

Médico dermatologista Fred Bernardes Filho (Foto: Tábata Barbosa/Divulgação)

A transmissão

Ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário um contato próximo e prolongado. Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados importantes fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar.

Não se transmite a hanseníase pelo abraço, compartilhamentos de pratos, talheres, roupas de cama e outros objetos. Já as pessoas com muitos bacilos – multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado. A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Geralmente, esse período dura em média de dois a sete anos; porém, há referências a períodos inferiores a dois e superiores a dez anos.

Diagnóstico

Os casos de hanseníase são diagnosticados por meio do exame físico geral dermatológico e neurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica.

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